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O diabetes gestacional é um problema que é reconhecido pela primeira vez durante a gravidez, atingindo cerca de 4% de todas as gestações. É caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue (hiperglicemia). Essa condição pode afetar o bebê, fazendo com que ele cresça demais devido ao excesso de açúcar no sangue no corpo da mãe. Bebês grandes têm maior propensão à icterícia, hipoglicemia, problemas respiratórios e ainda tendem a dificultar o parto, levando à necessidade de uma cesariana. Alguns estudos ainda apontam que eles podem sofrer de obesidade ao longo da vida e desenvolver diabete na fase adulta.

Por isso, é essencial que a futura mamãe faça o controle glicêmico ao apresentar a diabetes gestacional. O primeiro passo é buscar a ajuda de um nutricionista, que vai orientar a grávida a ganhar o peso adequado e controlar o nível de açúcar no sangue. Esse profissional vai sugerir, por exemplo, a redução do consumo de alimentos doces e de bebidas com cafeína.

Confira aqui dicas de alimentação para grávidas com diabetes gestacional

O tratamento farmacológico, com aplicação de insulina, é iniciado se, após duas semanas de dieta, os níveis glicêmicos permanecerem elevados:

  • Glicose de jejum maior ou igual a 95 mg/dl;
  • Uma hora pós-prandial (nível de glicose no sangue após ingestão calórica) maior ou igual a 140 mg/dl;
  • Duas horas pós-prandial maior ou igual a 120 mg/dl;

Todo esse trabalho de controle glicêmico, normalmente, é feito utilizando a glicemia capilar coleta de sangue de capilares sanguíneos, por meio da perfuração cutânea nas pontas dos dedos, por exemplo. A dosagem de glicose é verificada em outro aparelho para esse fim. São feitos de 5 a 12 testes por dia.

Atualmente, já existem sistemas de monitoramento contínuo da glicose (MCG, sigla em inglês), que são bastante indicados para casos de diabetes gestacional. Sensores no braço do paciente informam a taxa de glicose a cada 5 minutos.

Uma das opções do mercado recomendada aos pacientes é o FreeStyle Libre. Um pequeno sensor (como uma moeda de R$ 1) é aplicado na parte posterior superior do braço. Ele mede de forma contínua as taxas de glicose e armazena os dados durante o dia e noite.

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O leitor captura as informações do sensor por meio de um scan de apenas um segundo; mesmo sobre a roupa. O leitor mostrará um gráfico com a evolução da glicose, incluindo uma projeção de taxas. Ele apresenta os dados passados das últimas 8 horas.

O aparelho é resistente à água e dura até 14 dias. A mamãe pode tomar banho, nadar ou praticar exercícios físicos que são altamente recomendados para o controle glicêmico tranquilamente.

Esse tipo de sensor permite à grávida fazer ajustes diários na alimentação de acordo com as taxas de glicose. É um instrumento prático, confiável e que oferece uma visão muito mais completa do nível de açúcar no sangue. Na diabetes do tipo 1, por exemplo, a taxa de glicose varia muito ao longo do dia, demandando maior testes para minimizar o risco de permanecer por muito tempo fora da faixa normal de glicose.

Normalmente, a mãe se cura logo depois do parto. Mas ela tem um risco maior para o diabetes tipo 2. Por isso, é essencial manter o acompanhamento médico mesmo depois do nascimento do bebê.