É só a barriguinha aparecer para os palpiteiros de plantão brotarem no seu caminho. Grávidas, querendo ou não, acabam sendo o centro das atenções de qualquer roda de conversa entre amigos. E, por muitas vezes, também dos desconhecidos na rua, no supermercado, no escritório, no shopping… Os votos de saúde e felicidade são sempre bem-vindos para a mamãe, mas normalmente estão associados à conselhos diversos, num mix de experiências particulares, pseudoevidências científicas e pura superstição não solicitadas.
Estes são 6 palpites que as grávidas não suportam mais:
1- “Você está muito magra. Precisa comer mais”
As pessoas levam muito a sério o mito do “você agora precisa comer por dois”. Isso é válido apenas para raras exceções, quando há ordem médica. Como nos casos das mamães com menos de 20 anos, que ainda estão em fase de crescimento. O organismo da gestante se torna mais eficiente para absorver nutrientes. Comer sem controle só aumenta a chance de ganhar peso excessivo e trazer complicações desnecessárias à gravidez.
Além disso, não existe um padrão. Não dá para saber exatamente quando a barriga vai começar a dar os primeiros sinais. Isso varia muito de mulher para mulher. Em algumas mamães, a barriga já aponta no primeiro trimestre. Para outras, só a partir do segundo. A expectativa da mãe já é grande o suficiente. Não seja a pessoa inconveniente que vai causar maior frustração a ela.
2- “Você vai comer isso?”
“Grávida não pode comer amendoim. Nem tomar leite. E fique longe do chocolate!”. Todo mundo leu alguma pesquisa recente sobre gravidez e alimentação e se torna, de repente, expert em nutrição para gestantes. A fonte? O Google! Jornalistas aproveitam estudos iniciais para fazer artigos sobre gravidez porque geram grande interesse e audiência. E, muitas vezes, familiares e conhecidos leem essas reportagens sobre pesquisas ainda sem resultados conclusivos e repassam as informações como verdade absoluta.
3- “Só um golinho não tem problema”
Numa festinha sempre há aquela pessoa que insiste que “só um copinho de cerveja não vai fazer mal”. Não importa o quanto você recuse, diga não ou brinde com uma soda. Ela permanece ali argumentando que não vai fazer mal ao bebê. Fique firme na sua negativa. Muitos estudos já demonstraram que não existe uma dose de álcool considerada segura para a gravidez. O álcool chega ao bebê pela placenta e o fígado do feto demora muito tempo para metabolizá-lo. Isso pode levar a problemas como déficit de atenção e hiperatividade. O perigo maior é a síndrome fetal alcoólica, que causa distúrbios cognitivos e intelectuais, além de alterações na face. Não vale se arriscar!
4- “Você precisa se livrar desse gato”
Animais não são objetos descartáveis que você pega quando quer e joga fora quando não serve mais. Você precisa sim tomar alguns cuidados, mas o convívio entre animais de estimação e bebês é possível. Informe-se!
5- “Vegetariana? Pode começar a comer carne já!”
Se vegetarianas já escutam conselhos sobre sua alimentação sem estar grávidas, imagine durante a gestação! Há uma pressão social forte que determina que sem carne a mamãe vai ficar anêmica. O que a mulher deve fazer é procurar um profissional para auxiliar no equilíbrio nutricional durante a gestação. É preciso monitorar o nível de proteínas, ferro, cálcio e vitaminas como a D e a B12 para evitar a deficiência. Se necessário, o nutricionista indicará suplementações.
6- “Comida agora só caseira”
Sim, a mamãe precisa tomar cuidado com a comida da rua, evitando alimentos crus, além de molhos devido ao risco de contaminação. Mas e quem trabalha fora e não consegue levar comida pronta de casa diariamente? Comida caseira é o ideal, mas você pode comer fora de casa sem problemas. Basta ficar alerta com a higienização do local e procedência dos alimentos crus devido ao perigo da toxoplasmose, que pode trazer complicações à gestação. Uma boa dica é evitar saladas e alimentos malpassados caso surja alguma dúvida.
Converse com sua #nutri. Ela sim pode dar conselhos embasados sobre a melhor alimentação para o desenvolvimento saudável do seu bebê. No mais, para os conselheiros gratuitos de plantão, lance a campanha “menos palpite e mais fraldas”.
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