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Compartilho com vocês, na íntegra,  a entrevista que dei ao Jornal Estado de Minas sobre os riscos do excesso de proteína na dieta. A reportagem multimídia também contou com um vídeo, que vocês  podem conferir nas minhas redes sociais:

 

O surgimento de novas bebidas lácteas com suplemento de proteína nas prateleiras dos supermercados chama a atenção daqueles que praticam atividade física, principalmente pela praticidade. Essa onda de iogurtes e leites proteicos vem dos Estados Unidos, onde a busca redução de peso e aumento de massa muscular tem ganhado adeptos. Mas será que precisamos de tanta proteína?

 

Para a nutricionista Caroline Fernandes, a resposta é: não. “Ao consumir apenas produtos enriquecidos, perdemos em variedade e densidade nutricional. O exagero nesses suplementos pode causar transtornos alimentares”, diz a especialista. 

 

As bebidas enriquecidas chegam a ter cinco vezes mais concentração de proteínas que as tradicionais. Enquanto um copo de leite comum tem em média 3,5 g da substância, a bebida PRO leva a partir de 10g e pode chegar a 26g. Os iogurtes, que naturalmente têm concentração de 5g, também seguem a mesma proporção de acréscimo.

 

O excesso de proteína também pode provocar sobrecarga renal, no fígado e favorecer o desenvolvimento de osteoporose. A quantidade recomendada do nutriente, por dia, varia entre 0,8 a 1,6 grama por quilo de peso. Uma pessoa que pesa 70 kg, por exemplo, deve ter uma dieta diária de e 53 a 113 gramas de proteína. “Esta recomendação vai depender da idade, do sexo, nível de atividade física, se é gestante, lactante ou seja: condições fisiológicas mesmo”, detalha a profissional. 

 

A receita para uma alimentação equilibrada, segundo Caroline, não é acrescentar ou retirar nutrientes da alimentação. “As palavras chaves são: moderação e equilíbrio”, conclui. Fizemos oito perguntas para entender melhor os cuidados que devemos tentar diante da nova onda de produtos PRO.

 

O que é a proteína e para que serve?

A proteína é essencial para o nosso corpo. Ela serve para construção dos nossos músculos e dá energia. Então, é um nutriente que não pode faltar na nossa alimentação.

 

Dietas proteicas são saudáveis? 

As dietas de altas densidades proteicas têm o seu valor em determinados casos, para alguns tipos de pacientes, mas não são algo que vai se adequar a todo mundo. Hoje em dia está na moda a dieta low carb, ou seja, com baixa ingestão de carboidratos e com muita proteína. Todo mundo quer fazer porque é um cultura atual de achar que o carboidrato é um nutriente ruim. Porém, ele é um nutriente muito importante que, assim como a proteína, deve ser consumido com moderação.

 

Qual a diferença dos lácteos tradicionais para os PRO? 

Os iogurtes e leites PRO têm a vantagem de ser uma proteína prática, rápida e de fácil acesso. Porém, eles nunca vão ter o mesmo tipo de proteína de uma alimentação usual, como as carnes, os ovos e os leites. Então, quem só consome na forma líquida pode ter deficiências de outras vitaminas. Um outro problema, é que proteína em forma líquida não dá tanta saciedade e não estimula a mastigação, o que pode gerar transtornos alimentares.

 

Quanto tem de proteína em um copo de leite americano (tradicional e PRO)? 

Um copo de leite comum tem, em média, 3,5g de proteínas. A mesma quantidade da bebida da linha PRO tem de 10g a 26g. Já os iogurtes tradicionais têm cerca de 5g, e os com acréscimo de proteína, assim como o leite, também têm a partir de 10g.

 

Quanto de proteína devemos consumir por dia?

A recomendação vai variar de 0,8g  por quilo de peso até 1,6g. Esta recomendação vai depender da idade, do sexo, do nível de atividade física, se é gestante, ou seja, condições fisiológicas mesmo. Por exemplo, uma pessoa pesando aproximadamente 70 kg  vai precisar entre 53g de proteína até 113 gramas por dia.

 

Quais os risco do excesso?

O excesso de proteína pode desbalancear nossa alimentação, gerar uma sobrecarga renal, no fígado, além de favorecer o desenvolvimento de osteoporose.

 

Vale a pena investir em suplementos proteíco? 

Vale investir quando é preciso uma carga maior de proteína. Às vezes, a pessoa realmente não dá conta de comer muita carne, queijo ou ovo, por exemplo.  Então, neste caso, suplementos valem a pena. Ou mesmo quando a pessoa não tem tempo de se alimentar corretamente.

 

Existe diferença na qualidade das proteínas de carne, ovo, leite e vegetal?

Sim. A diferença é que a proteína animal é completa, biologicamente falando. À proteína vegetal  faltam alguns aminoácidos. Então para que ela seja completa, a gente tem que realmente unir duas proteínas de origem vegetal. O famoso arroz com feijão é um bom exemplo. A combinação  torna-se uma proteína completa porque o que falta em um é suprido pelo outro.