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Eu começo este texto falando sobre a importância de levar uma vida saudável antes mesmo da gravidez. Eu sei, às vezes o “pacotinho de amor” chega de um jeito bem inesperado. Mas, sempre que possível, o ideal é fazer o planejamento pré-concepção, isto é, adotar estratégias para colocar a mulher nas melhores condições de saúde, a fim de garantir seu próprio desenvolvimento e o do bebê.

 

?? Não é só ácido fólico e ferro

 

Quando a gente fala de alimentação na gravidez, logo se pensa em suplementação de ácido fólico e ferro. Isso faz parte, mas não é só.

 

Você sabia que certos chás e alimentos têm potencial abortivo e, portanto, precisam ser evitados? Certos itens, ao contrário, são indispensáveis, como, por exemplo, leite e derivados, couve, espinafre, brócolis, carne ou ovos, feijão, castanhas ou carne vermelha, e carboidratos.


E aquele papo de “comer por dois” que atravessa gerações? Será que chocolate pode? E se a grávida tiver problemas de saúde (diabetes, hipertensão arterial etc)? Essas e outras questões precisam ser conversadas com o nutricionista, para que este profissional lhe auxilie a montar um cardápio para cada fase dos nove meses, sem deixar seu prato monótono.

 

O segredo, de um modo geral, está na moderação e na variedade. Seguir um padrão alimentar, colocando na mesa todos os nutrientes necessários, garante não só uma gravidez tranquila, mas um parto e um resguardo também.

 

?? Atividade física

 

Os exercícios físicos são super benéficos em qualquer fase da vida, sobretudo na gestação, pois ajudam a controlar o peso, melhorar a respiração, diminuir o inchaço, amenizar as dores nas costas, fortalecer a musculatura para o trabalho de parto. Eles devem ser leves e relaxantes, e podem ser realizados diariamente, desde que respeitadas as limitações da mulher. Os melhores são:

 

?‍♀Caminhada  

?‍♀Hidroginástica  

?‍♀Natação  

?‍♀Yoga

?‍♀Bicicleta ergométrica  

?‍♀Pilates

 

?? Saúde mental

 

Gravidez muda tudo, né? Existe uma vida antes e depois do “positivo”. Nem sempre é fácil se adaptar, principalmente quando a gestação não é planejada. Desde os primeiros chutes para além do pós-parto, uma enxurrada de hormônios inunda o organismo mulher, virando-o de ponta-cabeça. Essas mudanças devem ser administradas e umas das formas mais assertivas é por meio da psicoterapia. Uma escuta clínica faz toda a diferença!

 

Um recente estudo do King’s College London descobriu que 1 em cada 4 mulheres grávidas tem problemas de saúde mental. Isso é mais comum do que se pensava anteriormente. O levantamento usou um método para diagnóstico, baseado em duas perguntas que são capazes de averiguar se há algum risco para a saúde mental escondido em uma simples tristeza ou comportamento diferente. São elas:

 

  • No último mês, você se sentiu incomodada por estar triste, para baixo ou desesperançosa?
  • No mesmo período, você sentiu menos prazer ou interesse em fazer as coisas que faz geralmente?

 

Se a resposta para essas perguntas for sim, a recomendação é que o médico apure melhor a situação e, se necessário, encaminhe a gestante para outro profissional, como um psiquiatra ou psicólogo.

 

Vale salientar: de acordo com essa pesquisa, as mulheres não desenvolveram as doenças por conta da gravidez, mas uma coisa está bem ligada à outra, uma vez que problemas do tipo podem interferir na saúde da mãe e do filho até a adolescência.

 

?? Vacinas

 

No período gestacional, a mulher pode se precaver de várias patologias que poderão levar mãe e recém-nascido ao óbito. Muitas dessas doenças são passíveis de imunização prévia.

 

Neste sentido, três vacinas são indispensáveis: gripe (protege contra os principais tipos do vírus influenza), dTpa (previne contra difteria, tétano e coqueluche) e Hepatite B (protege do Vírus da Hepatite B, VHB, causa de inflamação no fígado). Todas são disponibilizadas gratuitamente nos postos de saúde.

 

?? Álcool, não

 

Se você não está grávida e decide, numa sexta-feira à noite, depois de uma semana estressante de trabalho, encontrar-se com amigos e beber aquela cervejinha gelada, ok. Agora, com um bebê em formação, a mulher não pode fazer isso. Nem um gole sequer. O problema é que muitas gestantes desconhecem essa regra, ou sabem e negligenciam. “Ah, um copinho só não faz mal”. Faz, sim.

 

Um estudo feito pela Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto (FMRP-USP) revelou que o consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez pode levar à depressão durante e após a gestação, e, mesmo em pequenas quantidades, é relacionado ao parto prematuro.

 

Seguindo esses cinco passos, tenho certeza de que sua gestação, seu parto e seu resguardo serão beeeeeeeem mais tranquilos e saudáveis.