Grávida deve comer dobrado
Mito. As necessidades nutricionais de gestantes são diferentes das de uma mulher não grávida. Entretanto, essas diferenças NÃO são quantitativamente tão importantes a ponto de se justificarem grandes modificações no cardápio. No segundo e terceiro trimestre da gestação, a grávida deve aumentar apenas 300kcal/dia e, em termos alimentares, isso não representa grande volume de alimento. O excesso calórico não tem nenhuma vantagem e seus malefícios estéticos e fisiológicos são amplamente conhecidos e podem gerar intercorrências como diabetes gestacional, aumento da pressão arterial e uma série de outros problemas.
Grávida deve comer muita salada crua
Mito. O maior problema relacionado à ingestão de salada crua é o risco de infecção por toxoplasmose. Aproximadamente 54% das gestantes são suscetíveis a esta doença (têm IgG e IgM negativos). A toxoplasmose é uma doença parasitária, geralmente assintomática e, quando contraída durante a gestação, pode levar ao retardo mental, cegueira no recém- nascido e até mesmo abortos. As formas de transmissão incluem contato com as fezes de gatos infectados, ingestão de vegetais e carnes contaminados. Portanto, as grávidas que não são imunes à toxoplasmose devem evitar vegetais crus em restaurantes. Em casa quando bem higienizados (usando solução com cloro) podem ser consumidos.
Grávida pode não deve comer carne crua
Verdade. (vide comer salada). A carne crua deve ser evitada por gestantes não imunes àtoxoplasmose. Elas não devem ingerir c carne crua ou malcozida principalmente de porco, boi, coração de galinha e carpaccio.
Grávida não pode comer comida japonesa
Mito. Muitas grávidas que tem suscetibilidade à toxoplasmose não comem peixe cru. Porém, o peixe não faz parte do ciclo reprodutivo do parasita que causa a doença. Assim, do ponto de vista científico, não há razões para proibir seu consumo na gravidez. Entretanto, por se tratar de uma comida crua, é importante tomar cuidado higiênico/sanitário, como: escolher um restaurante de boa procedência e pedir sempre a “la carte”, evitando consumir comida japonesa exposta em self-services.
Grávida não pode consumir queijos
Verdadeiro, em parte. Queijos moles como brie, camembert e feta, devem ser evitados na gestação. Esses tipos podem ser meio para o desenvolvimento da bactéria Listeria oferecendo risco de infecção gastrointestinal intensa, atingindo o sistema imunológico e podendo levar ao aborto ou ao nascimento prematuro do feto. É indicado o consumo apenas de queijos brancos duros, curados e pasteurizados.
Canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite materno
Mito. Não existem alimentos que aumentam a produção de leite. Para produzir leite a mãe precisa descansar, ingerir muita água e o bebê precisa sugar a mama para estimulá-la. A lactação é um momento especial na vida da mulher. Nesse período, ocorre um aumento das necessidades de nutrientes e essa demanda deve ser suprida com uma alimentação balanceada e de alto valor nutricional. Enquanto as nutrizes acreditarem na necessidade de subterfúgios (alimentos específicos como canjica e cerveja preta, chás, simpatias) para que seu leite seja suficiente e completo, estarão inseguras quanto à sua capacidade inata de amamentar e, portanto, sujeitas ao desmame precoce.